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14/09/2023 18:17 - INSTITUCIONAL

Ex-presidente da Corte Interamericana fala sobre controle de convencionalidade a magistrados da 1ª Região

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) recebeu, na manhã da última terça-feira, 9 de setembro, o professor equatoriano Patricio Pazmiño Freire, ex-juiz e ex-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, para falar sobre diálogo inter-cortes e controle de convencionalidade a magistrados de toda a 1ª Região.

O Controle de Convencionalidade é um relevante tema do contexto jurídico brasileiro e latino-americano, e envolve a harmonia do direito interno de cada país com os tratados internacionais por eles assumidos. Está ligado ao trabalho da Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgão que tem como objetivo aplicar e interpretar a Convenção Americana, da qual o Brasil é atualmente signatário.

O momento de formação com o professor Patricio Pazmiño foi promovido durante o 24º encontro da Rede de Inteligência da 1ª Região (Reint1). Essa última reunião aconteceu mais uma vez em parceria com a Escola de Magistratura da 1ª Região (Esmaf), a qual o professor Patricio Pazmiño integra como docente.

Doutor em Direito Constitucional pela Universidade de Valência e autor de diversos livros sobre temas como Justiça e Constitucionalismo Democrático, o convidado foi recebido na Sala Orlando Gomes, no Edifício Sede I do Tribunal, em Brasília/DF.

Cumprimento constitucional: integração

A ação formativa contou, em sua abertura, com breve discurso do presidente do TRF1, desembargador federal José Amilcar de Queiroz. “Nada mais estamos fazendo se não [dar] cumprimento ao próprio art.º 4 da Constituição, que nos impõe o dever de integração das nações latino-americanas”, afirmou o presidente ao falar sobre o programa de internacionalização da Escola de Magistratura Federal da 1ª Região.

O presidente do TRF1 relacionou o evento proporcionado pela Reint1 e a Esmaf à preocupação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em determinar o acompanhamento da exequibilidade das decisões da Corte internacional. “Entendo que há mais dúvidas do que certezas quanto à exequibilidade dessas decisões”, observou o magistrado, pontuando questões como problemas de comunicação e desafios impostos pela dimensão territorial do Brasil, país continental. Para o presidente Amilcar, contar com um momento voltado ao esclarecimento dessas questões é fundamental.

Presidente do TRF1 recebe Patrício Pazmiño para falar sobre Controle de Convencionalidade na Sala Orlando Gomes. 

Crédito da imagem: Vinícius/AscomTRF1.

Entre os magistrados do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que compareceram ao encontro estiveram o vice-presidente do TRF1, desembargador federal Marcos Augusto de Sousa; o coordenador da Rede de Inteligência e dos Juizados Especiais Federais da 1ª Região, desembargador federal Carlos Augusto Pires Brandão; a diretora da Escola de Magistratura Federal da 1ª Região, desembargadora Federal Gilda Sigmaringa Seixas; o corregedor regional da 1ª Região, debatedor do evento, desembargador federal Néviton Guedes; a coordenadora do Sistema de Conciliação da 1ª Região, desembargadora federal Maria do Carmo Cardoso; e também os desembargadores federais Daniele Maranhão, Marcus Bastos, Roberto Carvalho Veloso, Euler de Almeida e Ana Carolina Roman.

Empenho para a troca de experiências

Na condução dos trabalhos, a diretora da Esmaf, desembargadora federal Gilda Sigmaringa Seixas, fez uma breve leitura do currículo do professor Patricio Pazmiño, de vasta e diversificada atuação como magistrado, além de ampla experiência como docente e rica formação acadêmica. “Temos muito orgulho de tê-lo conosco”, salientou a magistrada, destacando sua participação como integrante da Esmaf.

Em complementação, o desembargador federal Carlos Augusto Pires Brandão também destacou a importância de trazer um juiz com a experiência do professor Pazmiño. O coordenador da Reint1 falou ainda brevemente sobre as iniciativas brasileiras de estruturar e organizar o sistema judicial brasileiro, a exemplo da própria Rede de Inteligência.

Quanto ao tema da convencionalidade, o magistrado ressaltou a repercussão do assunto, que vem sendo trabalhado pela Inteligência da 1ª Região no que diz respeito às unidades de monitoramento e fiscalização das decisões dos sistemas de controle dos direitos humanos (leia mais sobre os debates desse tema na cobertura do 23º encontro da Reint).

Por fim, o coordenador da Reint1 falou ao professor Pazmiño sobre os desafios atuais da Justiça Brasileira e os esforços para contornar os diversos problemas que impactam na prestação jurisdicional. “Pela imensidão da Jurisdição do TRF1, temos desafios quanto ao acesso à justiça. A superação desses desafios exige ações complexas, a partir de articulações interinstitucionais. A Jurisdição alcança quase 70% do território nacional. São quase 1.700 municípios, e apenas 73 abrigam unidades da Justiça Federal. Nesse cenário, haveremos de reconhecer que precisamos construir parcerias com as entidades federativas, para tornar realidade a garantia do acesso à Justiça”, explicou.