No Brasil, existem mais de 230 mil pessoas em situação de rua inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais. Isso significa que pelo menos uma em cada mil vive em situação de rua – sem contar as que não estão cadastradas pelo governo.
Dessas, cerca de 15% vivem em estados que fazem parte da Justiça Federal da 1ª Região: espalhados pelo Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins, mais de 36 mil pessoas estão nessa situação.
Crédito: Ascom/TRF1
Um diagnóstico feito pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) em 2023 aponta que a maioria da população em situação de rua sabe ler e escrever (90%) e já teve emprego com carteira assinada (68%). A maioria também não vive com a família na rua (92%) e nunca ou quase nunca tem contato com parentes (41%).
É uma população composta por pessoas diversas, que têm em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional. Uma delas é Eliabe Kennedy.
Com quase 50 anos de idade, Eliabe vive em Brasília e teve mais de 30 anos do seu tempo de vida comprometido pelo uso de drogas. Instalador de piso e marceneiro, conta que não consegue mais trabalhar em razão da medicação que utiliza e da dependência química. Entre idas e vindas à rua, conheceu o Centro Pop, uma instituição pública de atendimento às pessoas em situação de rua.