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Criação e breve histórico dos primeiros anos da Seção Judiciária de Rondônia (1982-2014)

Lei Cria a Seção Judiciária do Estado de Rondônia

Jornal Alto Madeira - 14/09/1982 - ed. 14121                                                 O estadão de Rondônia - 22/07/1982. ed. 466.

Após a criação do Estado de Rondônia pela Lei Complementar nº41 de 1981, o Poder Judiciário em Rondônia começou a ser reestruturado, com a criação do Tribunal de Justiça de Rondônia e da Seção Judiciária de Rondônia. A Seção Judiciária de Rondônia foi criada pela lei 7.030 de 13 de setembro de 1982, porém só houve a instalação da sede com a estrutura adequada para os serviços, em 22 de abril de 1983, enquanto isso Rondônia estava sob jurisdição da Seção Judiciária do Estado do Acre.

Ilmar Galvão, o único juiz federal na região à época, enfrentou uma sobrecarga de trabalho descomunal devido à distância e à falta de infraestrutura adequada para atender às demandas locais. Sua atuação foi crucial para manter um mínimo de ordem judicial, pois Ilmar Galvão era o único juiz que respondia pela Seção do Acre, Rondônia e ainda pela 2ª Vara de Brasília. 

Solenidade de instalação da Seccional de Rondônia (1983).

O então Ministro do Conselho da Justiça Federal, Jarbas Nobre, marcou a data da solenidade de instalação da Seccional de Rondônia, bem como designou o Juiz Federal Ilmar Nascimento Galvão para exercer os encargos de presidente da Comissão de Instalação da Seção Judiciária de Rondônia. O ato de instalação deu-se no dia 22 de abril de 1983. Instalada apenas com uma Vara Federal, ficava localizado na Avenida Getúlio Vargas, 2891, Bairro São Cristóvão. 

Jornal Alto Madeira - 06/03;1982 - ed. 13969.

Fotografias da instalação da Seção Judiciária de Rondônia no prédio da Av. Getúlio Vargas 2981

Fonte das imagens: CEPRO


Instalação da 2ª Vara federal em 1986 e a nova sede da seccional em 1992

Fonte das imagens: CEPRO.

Em outubro de 1986, na gestão do Juiz Federal Antônio Ivan Athiê, deu-se início à instalação da 2° Vara. No dia 5 de março de 1987, tomou posse, na 2° vara, a Juíza Federal Marilena Soares Reis Franco. Em julho de 1992, mediante contrato de locação, a Seccional de Rondônia estabeleceu-se na Av. Lauro Sodré, n. 131, Bairro Olaria, permanecendo, no entanto, três Seções no antigo Prédio da Avenida Getúlio Vargas, uma vez que o imóvel alugado era de pequeno porte. Comportando apenas a Seção de Material e Patrimônio, Seção de Depósito Geral e Arquivo Geral e a Seção de Compras. 

Imagem do corpo de servidores tomando posse para ocupação das seções.  Após anos de reivindicações, o Tribunal Regional Federal da Região conseguiu a liberação de recursos para a construção da sede própria da Seção Judiciária de Rondônia. 


Obtenção do terreno para construção da sede própria da Seção Judiciária de Rondônia (1994 a 1996)

A obtenção do terreno para a construção da Sede da Seção Judiciária de Rondônia, na década de 1990, destaca-se como um exemplo de determinação institucional e complexidade burocrática que reflete a busca pela consolidação das instituições públicas no interior do Brasil. Este processo não apenas revela os desafios administrativos e políticos enfrentados, mas também suscita uma reflexão crítica sobre a eficiência e os obstáculos inerentes à descentralização administrativa em um país continental como o Brasil.  Nos anos 1990, o Brasil atravessava uma fase de transição e consolidação democrática, com esforços voltados para o fortalecimento das instituições e a descentralização administrativa. Rondônia, um estado relativamente novo, criado pela Lei Complementar n° 41 de 1981, enfrentava desafios significativos na construção de sua infraestrutura administrativa. A precariedade das instalações da Justiça Federal em Porto Velho evidenciava a urgência de uma sede própria, cuja ausência comprometia a eficiência e a dignidade no atendimento ao público e no exercício das funções judiciais. 

O processo de obtenção do terreno iniciou-se formalmente com a Portaria nº 399 de 14 de novembro de 1994, designando o Juiz Federal Substituto Marcos Augusto de Souza para representar o Tribunal Regional Federal da 1ª Região junto à Delegacia do Patrimônio da União do Estado do Amazonas. No entanto, esse foi apenas um passo em um caminho marcado por dificuldades. Anteriormente, em 1993, na gestão do Juiz Federal Antônio Corrêa como Diretor do Foro, a Justiça Federal havia recebido em doação um terreno na Av. Amazonas. Contudo, a localização afastada, a deficiência de transporte público e a topografia irregular que demandaria altos investimentos para fundação levaram à rejeição do terreno. Em 1994, sob a direção do Juiz Federal José Carlos do Vale Madeira, com recursos liberados e na iminência de perdê-los por falta de imóvel adequado, iniciou-se o procedimento para cadastramento de um terreno na Avenida Presidente Dutra, localizado no centro da cidade e de fácil acesso.

A decisão de buscar um local mais central e acessível foi um ponto positivo, demonstrando a sensibilidade às necessidades práticas de localização e infraestrutura. A complexidade do processo de aquisição e desenvolvimento do terreno escolhido se revela na necessidade de coordenação entre diversas instituições e na superação de entraves burocráticos. A correspondência entre autoridades judiciais e administrativas e a documentação relativa à situação dos terrenos indicam um cenário inicial de abandono e precariedade. O envolvimento do Ministério do Exército foi crucial para a resolução das divergências de metragens e numerações dos lotes, com medições topográficas detalhadas que garantiram a precisão necessária para o registro e construção da sede.   

Contudo, apesar dos avanços e da colaboração interinstitucional, o projeto encontrou desafios técnicos que paralisaram as obras por três meses, de janeiro a março de 1995, devido a alterações no projeto original. A visita da arquiteta Wanda Cláudia Galluzzi e a subsequente adaptação do projeto, incluindo a substituição do subsolo pela elevação do terreno para evitar inundações e a elevação do pé-direito, demonstram a flexibilidade e a capacidade de adaptação da equipe frente aos imprevistos.  A inauguração do Edifício-Sede da Seção Judiciária de Rondônia em 16 de agosto de 1996 marcou um importante avanço na presença do Estado na região. A cerimônia contou com a presença de autoridades de diversas esferas, evidenciando o reconhecimento da importância deste marco para a justiça federal. A doação de bicicletas aos trabalhadores da ECELT Engenharia Ltda, responsável pela construção, também sugere um esforço para humanizar o processo e reconhecer o trabalho realizado.